Nunca seremos um Leonardo Boff



Hoje acordei ás 5 da manhã possuída pelo demônio da comparação. Fazia tempo que não usava essa expressão que criei.😂😂😂 

A comparação é um dos sintomas dessa "possessão demoníaca" que causa o que chamo de "auto cegueira" que nos impede de enxergar quem somos e a contribuição que somos para o mundo.

Ás vezes é desafiador fazer parte de uma família com tantas pessoas fortes, de referência, sabe. A gente se sente como um patinho feito, desengonçado e não enxerga que nossa beleza está em sermos quem somos. 

Tem dias que a gente se sente como um irmão do Jorel, sem identidade, personalidade, história. Apenas como a irmã, a filha, a tia e se esquece como é bom pertencer a um clã de pessoas tão fodas.

Energeticamente, no fim de ano as pessoas ficam mais reflexivas pela cobrança por resultados extraordinários, principalmente após tanto ouvir a a música da Simone:

Então é Natal e o que você fez?

O ano termina e nasce outra vez.

Eu também fico reflexiva, permito-me acessar as minhas inseguranças. Sim, eu as tenho. A diferença é que com o autoconhecimento consigo me exorcizar, desviar das "cascas de bananas emocionais" e me manter de pé, sem sofrer.

Na noite passada dormi pensando, fazendo uma retrospectiva da minha vida. Isso é muito bom, mas a gente estraga tudo quando se compara com os outros.

Essa sociedade maniqueísta que oscila entre certo e errado, bom e mal prega que se não temos resultados incríveis, somos medíocres. Vivemos em uma sociedade adoecida que nos incentiva a olhar para o resultados dos outros como sinais do nosso fracasso.

A gente é ensinado a rejeitar a galinha e sonhar em ser a águia, mas o que se vê é que a contribuição da galinha é tão importante quanto a da águia. 

Pensando bem, fora da visão arquetípica que exalta a águia, qual a função dessa caçadora além de se alimentar de animais menores?

A galinha pelo menos "trabalha para o coletivo". Ela põe ovos que além de alimentar os humanos ainda ajuda na nossa economia.

Não basta escrever, temos que ser autores de best seller como o Leonardo Boff, mas nunca seremos um Leonardo Boff.

O meu objetivo com este texto não é te desencorajar a ser melhor, nem encorajar a ser medíocre. Nunca seremos um Leonardo Boff porque somos nós.

Já imaginou uma galinha querendo ser uma pata? Um coelho imitando um cachorro? Um cacto querendo ser  uma orquídea?

Observando a natureza percebemos que não existe a comparação. Todos têm uma função, uma missão. 

A gente se esquece também, que para chegar ao topo da montanha, temos que dar o primeiro passo, enfrentar o medo inicial e os obstáculos daquele caminho desconhecido.

Será que os renomados autores esperavam ser best-sellers

Acredito que não. 

Ainda que sonhassem com este feito, eles só fizeram a parte que cabia. É aquela máxima de fazer o que precisa ser feito, esperar com paciência pelos resultados, afinal de contas precisamos esperar que a planta cresça após semear.

Nós somos imediatistas, não queremos trabalho, mas queremos ser reconhecidos.

Pensei nas pessoas que conheço, que aos meus olhos são pessoas de resultados e notei que elas estavam mais ocupadas sendo sem esperar os resultados que tiveram.

Mas me diga, você tem dificuldades de se enxergar?


Ana Helena - Psicóloga 05/39678

@ministeriodaconsciencia

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