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Mostrando postagens de outubro, 2017

MENSAGEM NO SINAL

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Enquanto aguardava no trânsito o sinal verde, reparei um pedestre com uma frase que simplesmente mudou meu dia. Senti como um despertar. O homem estava uniformizado, não reparei a cor da camisa e nem o nome da empresa. O que me chamou atenção foi só a frase:  SOMOS TERRA FÉRTIL. A partir daí o meu pensamento foi longe, como sempre. Que alegria! Pensei: é verdade, somos terra fértil, mas a quem delegamos o plantio? O que permitimos que plantem e que temos plantado? Será que temos escolhido as melhores sementes ou temos a visão de que não importa a qualidade das sementes? Se recebêssemos um terreno do tamanho de um campo de futebol sabendo que a nossa prosperidade dependeria única e exclusivamente da nossa colheita, será que negligenciaríamos essa oportunidade? Será que aceitaríamos plantar qualquer semente ou deixaríamos por conta do acaso? Porque fazemos isso conosco? Porque nos tratamos como se fôssemos qualquer coisa? Será que nos ocupamos tanto da vida das pessoas que

Quem é normal?

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Afinal de contas, quem é normal? O que entende-se como normalidade? Quando acusamos alguém de não ser normal, o que queremos dizer com isso? Há certo preconceito nessa conduta. Deveríamos rever os nossos conceitos, pois por mais que lutemos a favor da igualdade, recusamo-nos a ver uns aos outros como semelhantes. Será que ser normal é corresponder as expectativas sociais? Ser uma pessoa previsível comprometendo a própria saúde mental? Alguém revela que ouve vozes e as pessoas tentam invalidar isso a todo tempo. É como se ela dissesse para chamar atenção e tentam convencer que as vozes não são reais. Como não são? Ela experimenta a sensação auditiva. Não podemos negar algo que está no outro. Quando alguém fala que as vozes não existem, costumo perguntar: Se você visse alguém na rua com fone no ouvido dançando, o que você diria? A resposta quase sempre é que a pessoa está ouvindo uma música bem animada. Quem garante que tem alguma música tocando? Só quem vive a experiên

A quem queremos impressionar?

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Quando dizemos que estamos na era da aparência, muitos não aceitam,  mas o que vemos é exatamente isso. O Brasil é campeão em número de cirurgias estéticas e  o paraíso dos empresários do setor da cosmética. A cada dia são  lançados novos produtos que prometem o milagre do combate a  “Lei da gravidade”. A cada dia um salão de beleza, loja de cosméticos e clinica de estética surgem como se “brotassem” do chão. No desespero de parecerem mais novos e mais atraentes em seus grupos,  os brasileiros gastam mensalmente verdadeiras fortunas com serviços estéticos.  O que será que está acontecendo? O que está por detrás deste boom da indústria cosmética? O que está acontecendo com as pessoas para priorizarem tanto alguns  serviços em detrimento de outros? A indústria cosmética está aí para nos servir, mas será que estamos invertendo a posição deles de "servos" para nossos "senhores"? A quem queremos impressionar comprando inúmera

Função cuidadora

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Desde sempre a história mostra a mulher com o papel social de cuidadora. Desde menina, eram educadas para casar e cuidar de sua família. As que não se casavam cedo tinham aquelas profissões de cuidado chamadas de “espera marido”: enfermeiras,professoras, com o objetivo de serem preparadas para serem boas esposas e mães. Não é a toa que até hoje, determinadas profissões são majoritariamente exercidas por mulheres. Essa questão de cuidado é cultural. Qual o público que frequenta reuniões escolares e corredores onde são feitos tratamentos médicos? Cuidar muitas das vezes não é uma escolha voluntária, mas necessária. Dificilmente vemos um homem deixar o seu trabalho no meio do dia para buscar na escola o seu filho que está com 38º de febre.  -“O pai não pode buscar, está trabalhando”. Engrossa o coro das professoras e diretoras. Como se o trabalho da mulher fosse inferior a do homem.  Não vou nem citar as mães solteiras, até porque com raras exceções, solteira ou casada, o filho d

Você acha que merece?

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-Não esquente a cabeça. É para mim. -Não precisa nada de luxo. O jantar é só para a gente de casa. - Embrulha para presente?  - Não precisa. É para mim. Uma criança nasce linda, sem preconceitos sendo a melhor pessoa.  Conforme ela vai crescendo, a família que é sua primeira instituição, transmite diversas crenças que a deixa cada dia mais distante daquela pessoa que ela nasceu para ser. Conhecida como crenças limitantes, essas crenças fazem o que o seu nome diz, limita e dificulta a vida do ser humano. A criança ouve de seus pais que ela é linda (crença fortalecedora), mas quando apronta, os mesmos que a chamaram de linda, chamam-a de feia (crença limitante). Os mesmos que disseram que ela era a "Florzinha, Lindinha e Docinho" das Meninas Super Poderosas, a ensina a ter medo do "Bicho Papão" e do "Homem do saco". Se a criança faz xixi na roupinha, bate no filho da vizinha ou tira notas ruins e depois pede algo, ouve os gritos se seus cuidado

O melhor cartão de visitas

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Durante visita no CAPS da minha cidade, vi um ex paciente do equipamento onde trabalhei. Chamei-o pelo nome e perguntei se ele lembrava de mim. Ele me abriu um sorriso, disse o meu nome e falou de onde me conhecia. Quando o técnico chegou, ele apertava minha mão, me dando boas vindas a cidade. Fiquei muito feliz e com isso tive duas lições: 1- Não despreze a ninguém. Por menor que seja a pessoa aos seus olhos, ela pode te abrir ou fechar portas. 2- O melhor cartão de visitas é a forma que trato os meu semelhantes. Ele é um paciente psiquiátrico grave, mas sua condição não o faz inferior a mim.Tratar todos bem, deveria ser regra, não exceção. Se eu o tivesse maltratado, ficaria tensa e ele poderia até me agredir. As pessoas não esquecem quando são destratadas, mas também recordam quando são tratados com gentileza. O tempo em que trabalhei no CAPS foi um dos mais ricos, onde aprendi coisas que levarei para a vida. Se há uma palavra que me define bem é APRENDIZ. Uma boa aprendiz

Passagem pela crise. De quem é a culpa?

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Quem já está acostumado com os meus textos, sabe que quase não uso a palavra culpa, por não acreditar que haja culpados, mas responsáveis. O título é só uma provocação. Ao primeiro sinal de uma crise psiquiátrica, a pessoa costuma ser levada a emergência onde é medicada e encaminhada para o ambulatório, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou internação por um curto período de tempo até a sua estabilização. Durante o tempo em que trabalhei na saúde mental, ouvíamos queixa de familiares falando da impossibilidade em se manter o doente em casa e etc. Ouvi de alguns que a luta antimanicomial era coisa de pessoas que não tem parentes com transtornos entre outras coisas que não cabe escrever aqui. Mas como funciona? Algumas pessoas negam que seu parente tem algum problema até virar um “transtorno” para a família. Quando acontece, querem urgência.  Tem que ser agora! Engrossa o coro. O médico prescreve um medicamento e a maioria não segue a prescrição.  Se acha que o pacie

A pessoa que fui, não existe

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Teoricamente, quando nos tornamos adultos, deixamos de se importar com o que pensam de nós e passamos a viver uma vida menos baseada no coletivo. Isso inevitavelmente faz com que algumas pessoas se afastem. Você lembra daqueles amigos que tinha na infância?  E aqueles que foram convidados para o seu último aniversário?  Onde estão seus amigos da ensino fundamental? Cada um escolhe o seu caminho e aqueles que possuem o mesmo objetivo, hobbies semelhantes se amontoam em um mesmo lado. Mas a escolha que fazemos hoje, podemos enxergá-la como um erro amanhã resultando em modificações. Quando pequena, eu tinha dificuldade de mudança pelo medo da perda das amizades, da referência e do controle. Após a idade adulta pude ver quão equivocada eu estava, pois tinha tanto medo da mudança, mas não enxergava o quanto eu mudava e o quanto os outros mudavam. Tentei até resgatar algumas amizades, sem sucesso.  Recomendo que não tente fazer isso. Aquela pessoa que achava tão engraçada, se

Angústias Familiares

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Assim como outras doenças graves, os transtornos psiquiátricos abalam a estrutura familiar. Muitos levam para o lado pessoal e se comportam com raiva como se o paciente conscientemente pudesse escolher a loucura ou a sanidade para atingir alguém. “Ela faz isso para me prejudicar”. Ouvi muitas vezes. "A doença é egoísta"  Quando se manifesta, monopoliza a atenção de todos e tudo gira em seu redor. Determinados “fantasmas” habitam o imaginário da família como o medo de ficar doente, como se a doença pairasse no ar, pronta para atacar a próxima pessoa.  "Cuidar do outro e se abandonar não é algo aconselhável, mas infelizmente essa é uma prática muito comum e incentivada pela sociedade' Algumas vezes os familiares verbalizam o alívio provocado pela internação, pois é um tempo em que ambos têm a oportunidade de se organizar. O medo do reencontro no ambiente familiar após a internação também é uma das questões que preocupa os outros membros. Pedir ajuda

A árvore que não dá frutos

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No ônibus, uma senhora embarcou falando ao telefone e sentou atrás de mim.  Ela conversava, conversava e conversava. Não acompanhei toda a conversa, estava 'viajando' em meus pensamentos, mas prestei atenção quando ela disse: - Estou aqui em frente a igreja x. T odo mundo fala mal dessa mulher (referindo-se a pastora responsável). Ninguém gosta dela. Ninguém gosta dela, mas a igreja só cresce.  Imagine se gostassem. Já estaria com igrejas até no exterior. Pensei: “...mas a árvore que não dá frutos será cortada e lançada no fogo...” A figueira da parábola, aquela que fora 'amaldiçoada' por Jesus não foi mencionada  até que ele a encontrou.  Acreditem ou não, mas se Jesus a citou, é sinal de que ela fez o seu papel. "O fruto nem sempre é como esperamos". Não tenho o objetivo de defender e nem de criticar a pessoa, não a conheço.  Mesmo se a conhecesse não me caberia falar mal, mas nos serve como inspiração. http://www.mudasnativas.com/jabuticabeira

Prioridades

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Entrei em um salão e perguntei se tinha vaga para fazer as unhas. A mulher que me atendeu disse que eu precisava esperar, mas olhei no relógio e desisti. Já passava das 16 horas e as minhas unhas não secam facilmente.  Ela sugeriu que eu retornasse no dia seguinte pela manhã. - Amanhã vou trabalhar até às 13 horas e depois vou ficar com os meus filhos. Explicou. Na vida, estamos sempre fazendo escolhas que demonstram as nossas prioridades. - Vai fechar o salão no sábado a tarde, período em que o número de clientes aumenta para ficar com os filhos? Algumas pessoas poderiam olhar para ela com reprovação. Sim. Ficar com os filhos no sábado a tarde é prioridade para ela. Muitas mães sentem-se culpadas por não terem esses momentos com os seus filhos. Daqui a pouco eles crescem e o que será? Sendo autônoma, ela faz seus horários e entende que reservar um tempo para suas crianças é um investimento indispensável a longo prazo. Ela aproveitou o sábado a tarde, pós feriado do dia

Arrasou com quem?

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Mexendo no celular pela manhã, vi em meus arquivos uma cena que me emocionou. Era a foto de 2 bebês de 1 ano brincando juntos na creche em um brinquedo chamado "minhocão". Que figuras doces e meigas. Que cena linda! Pensei. Nascemos como eles, inocentes, sem o "espírito de competição". Eles simplesmente dividem o mesmo brinquedo sem reclamar. Lembro-me o dia em que fiz essa foto. Fiquei apreensiva na hora em que a garotinha deitou, pensei que ela fosse levar uma mordida, mas não. Como um cavalheiro, ele esperou o tempo dela. Nos transformamos em adultos e nos entregamos ao que o Arly Cravo chama  de "estado de praga biológica" onde um se acha melhor que o outro. Competimos como se isso fosse um comportamento normal e sadio,  mas não é. Como mulher então, me envergonho desse comportamento que temos. O que significa quando usamos com nossas amigas, expressões como: arrasou, lacrou, arrebentou? Arrasou com quem? Até quando nos manteremos ness

Quem precisa de remédios?

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Sempre começo o grupo no CAPS perguntando a todos como estão. Muitos me respondem de forma automática que estão bem, mas neste dia, um dos participantes disse que não estava nada bem. Falou que seu fim de semana não foi bom. Que sua mãe consumiu mais álcool que deveria e que quis discutir com ele, falando coisas que antes o tiraria do sério. Ele disse: “Parece que depois que comecei a fazer o tratamento, consigo enxergar as coisas melhor, enquanto a minha família parece piorar com o tempo. Ás vezes  me pergunto, quem na verdade precisa de remédios, se sou eu ou os meus familiares. Parece que sou o menos louco da família. Todos concordaram balançando a cabeça e riram. Outra participante disse que acontece o mesmo em sua família. “Tem dia que todos parecem descompensados”. - Vocês estão em tratamento enquanto os familiares ficam 'descobertos'. Não quero invalidar o que vocês vivem, mas eles não passam por um acompanhamento. Pontuei. Outro disse que sua mãe parti

Afinal, qual é o papel da mulher?

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Em visita a uma amiga, falávamos das escolhas que fazemos na vida. Ela me disse que não era como as outras meninas e sua idade que planejavam casar, ter filhos. Seu único interesse era estudar. Vivia fazendo cursos.  - Minha irmã não casou, não teve filhos, diz que está bem assim. Ela vive para a igreja, diz que os jovens são seus filhos e ora por todos eles. E falando sobre escolhas, lembrei de uma conhecida que disse ter sonhado em ter uma família (esposo e filhos). Não pensava em trabalhar, mas outro dia ela reclamou da rotina de uma 'dona de casa' e eu disse:   - Você disse que esse era o seu sonho. Em todas escolhas que fazemos tem o ônus e o bônus. Nem tudo é bom em todo tempo! Antigamente, a mulher era criada e educada para ser uma boa e prendada dona de casa. Só dessa forma, que ela 'arranjaria' um bom 'partido' para o matrimônio. Essa exigência social por mais que esteja 'démodé' ainda é um peso na vida das mulheres que se não fore

Somos irmãs

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Foto: http://m.msnoticias.com.br/editorias/cultura-mato-grosso-sul/veja-como-se-deu-a-historia-do-dia-internacional-da-mulher/56815/ Encontrei uma conhecida e assim que a cumprimentei, elogiei os seus óculos e ressaltei o quanto ela ficou bonita com eles. Antes, percebia que ela manifestava um certo incômodo com elogios, mas agora não mais. Não é só fama, infelizmente nós mulheres temos o costume de competir umas com as outras, como se existisse uma régua que nos medisse determinando a nossa superioridade sobre as outras. Quando uma pessoa faz uma barbeiragem no trânsito, engrossamos o coro dizendo que 'só pode ser mulher'. Outro dia, perto do trabalho, tive que esperar um veículo sair da garagem. Quando passava, a funcionária de uma escola gritou: 'cuidado, é mulher no volante'. A bíblia conta a história de Eva e escuto muitas a acusando pelas condições da mulher, como se o Adão tivesse sido vítima das ações da esposa insensata e não foi. - Quantos acident

Ciclo obrigatório

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O ser humano nasce, cresce, reproduz (tem filhos) e morrem. Acho chato o hábito que algumas pessoas têm de cobrar que os outros vivam de acordo com suas convicções. Não entendo o porquê, mas várias pessoas dizem que todos têm de ter filhos, pelo menos um. - Deus diz que devemos procriar. - Não se preocupe. Eu posso procriar de outras maneiras. Respondo. - Como será a sua velhice? Ouço muito essa pergunta. 1- Se Deus disse que TODOS deveríamos procriar, como ficam as pessoas estéreis? 2- Quanto a velhice, não estou preocupada com ela. A bíblia diz que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã. 😉 Devemos ter filhos para ter alguém para cuidar-nos na velhice? Colocar alguém no mundo é a garantia de uma velhice "feliz"? Nascemos somente com a missão de cuidar? Quando os filhos crescem e vão cuidar de suas vidas são taxados de filhos ingratos por aqueles que acreditam  que nasceram com a obrigação de cuidar dos seus pais. 3- Será que as pessoas sem filh

Além de vigia da creche, quem foi Damião Santos?

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No dia 05/10/17 acordamos com uma das notícias mais comoventes dos últimos tempos. Quando se trata de crianças, as pessoas tendem a sensibilizar-se mais. Damião Santos, funcionário municipal em Janauba - Minas Gerais, ateou fogo  em seu corpo na creche  onde trabalhava provocando um incêndio  e fazendo diversas vítimas. - Vagabundo, monstro,  que absurdo, ele não pode morrer, tem que sofrer. Dizem as pessoas ao ouvirem a notícia. Mas quem é Damião Santos? Quem sabe? Ele era só um vigia licenciado por motivo de doença , até que cometeu o crime. Ouvi dizer que ele gostava muito de crianças, mas o que existia por detrás de tudo isso? Mas uma vez aposto em transtorno mental. São muitas as pessoas  que percebem o sintoma, mas deixa para lá. Enquanto o problema não incomoda tanto, não é considerado prioridade . Talvez ele era visto como um homem pacato, estranho, reservado, mas muito 'bonzinho' do tipo que 'tem boca mas não fala'. Será que ele deu algum sin

Tamagoche moderno

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Ansiedade, insônia, perturbações psicomotoras, irritabilidade,  agressividade, taquicardia são alguns dos sintomas de uma pessoa dependente virtual. Neste mundo onde a tecnologia é venerada, não é difícil encontrar pessoas que deveriam passar por um processo de "detox virtual". Nomofobicos é o nome dado ao vício do celular. São pessoas que chegaram a um estágio que não conseguem ficar por 10 minutos sequer, sem usar o telefone.  São capazes de qualquer coisa para manter-se conectada e quando se vê forçada a ficar longe da internet, tem impulsos agressivos e inventam diversas desculpas para manter-se conectada. Outro dia conversava como uma pessoa, bem próxima, que disse como se fosse algo "normal", fazer parte de 11 grupos no Whatsapp. Fiquei estupefada e confessei que não dou conta. Não dou mesmo e não  me envergonho disso. Se a pessoa trabalha, é mãe e tem várias atribuições diárias, não dá para ter 11 grupos, mas se tem é porque alguma coisa fica por fa

Não é nada, é só cena II

Fui a casa da personagem da história anterior. Conversávamos sobre trivialidades e decidi ler a história para ela.  Quando terminei, ela me disse que o pastor falou sobre a notícia do rapaz. - O que ele disse? Perguntei curiosa. - Ah, ele disse que é falta de Deus.  - Mas o que você acha disso? Questionei. - A minha vontade era se levantar e falar. Eu ia para a igreja quase todos os dias e isso não impediu que eu tivesse a crise. Fiquei orgulhosa em saber que tenho participado deste processo de conscientização da doença mental. Ela disse que antes, achava que o problema era dela (falta de fé), pois ouviu isso de muita gente. Mas um dia em que reparou uma senhora que em todos os cultos, levava os remédios (de tarja preta) para serem consagrados, ficou mais tranquila. Continuou: - Falei com a psiquiatra essa história. Ela  disse que é cristã, mas não deixa de tomar os remédios quando precisa. É lamentável que alguns pastores usam sua posição de autoridade para oprim