CUIDAR SEM SE DESCUIDAR

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    " A dona aranha subiu pela parede, veio a chuva forte e a derrubou. Já passou a chuva e o sol já vai surgindo e a dona aranha continua a subir. Ela é teimosa e desobediente, sobe, sobe, sobe, nunca está contente."🎵      Assim como eu, muita gente cresceu ouvindo a música da dona aranha. Após alguns anos, essa semana pude, na prática entender seu significado.     Uma aranha decidiu viver na minha casa, em uma espécie de área de serviço, quartinho de material de construção onde só costumo ir até a porta.     Assim que vi o início da "construção", desfiz com a vassoura e espantei a "invasora". Fiz isso mais algumas vezes. Só que hoje eu percebi que, assim como diz a música, a dona aranha é teimosa e desobediente.     Toda vez que desfiz a teia, no dia seguinte a aranha tecia uma teia maior do que a anterior.     Teimosa e desobediente que nada!      Ela é focada e resiliente. Tem seus planos, suas metas e não está disposta a abrir mão delas. Ainda que o

Ontem aconteceu uma coisa que me deixou muito contrariada, revoltada, com muita raiva mesmo. Pensei, respirei trocentas vezes, fiz autoatendimento de terapias com que trabalho, acolhi meus sentimentos e adormeci muito melhor. Ás vezes eu me pego pensando: o que seria de mim se não estivesse em terapia? Estar em terapia e ser terapeuta tem contribuído para que eu seja uma pessoa melhor, mais consciente, mais responsável por meus pensamentos, sentimentos e ações. A terapia não me isenta dos estresses e frustrações diárias. Ela não é como um pó de pirlimpimpim   ou qualquer tipo de droga que tem o objetivo de embotar os meus sentimentos. A terapia me coloca o tempo todo em contato comigo, com minhas crenças. Me ensina a não me identificar com esses sentimentos e ser a gestora da feira das minhas emoções, onde uma quer gritar mais alto que a outra. Assim como aconteceu ontem, vejo acontecer certas coisas no mundo, que me faz valorizar ainda mais o processo psicoterapêutico e reconhecer o q

Gosto muito de dormir cedo e essa quarentena não tem me dado opção melhor.. Trabalho, assisto filmes, séries, videos de Youtube, leio, leio, estudo e quando chega ás 19 horas, se eu não me ocupar com algo mais divertido, sou capaz de dormir. O pior é que, quanto mais cedo eu durmo, mais cedo acordo. Na noite passada e na anterior acordei ás 2 horas da manhã, totalmente sem sono. Parecia que eu tinha dormido a tarde toda, pois acordei cheia de energia. Quando isso acontece, faço algumas práticas que me fazem voltar a dormir, mas é muito chato acordar de madrugada. Fico imaginando as pessoas que sofrem de insônia, o que nunca foi meu caso. Após duas noites acordando na madrugada, decidi me "distrair" para não dormir cedo.  Planejei dormir ás 23 horas. Foi aí que decidi fazer um autorretrato, ou seja, fazer fotos minhas, só por diversão. Enquanto me divertia fazendo poses, caras e bocas, trocando roupas fui bem lá atrás, no meu passado. Eu sempre gostei de fotografia, mas meus c

Escrevo para mulheres, ou seja, seres que cuidam de outros seres. Não que os homens não possam exercer a função do cuidado, mas ele é culturalmente exigido da mulher. Hoje escolhi escrever sobre um tema bem atual cujo título escrevi acima. Estamos vivendo um período pandêmico em que muita gente tem morrido. Segundo a notícias no Brasil já constam mais de 383 mil mortes por COVID-19. Muitos dirão que esses números não são verdadeiros, mas não podemos negar a gravidade da situação a nível mundial. 1-Foi COVID? Morreu de que? Não significa que você não possa satisfazer sua curiosidade, mas não precisa ter pressa. Vejo em postagens de luto pessoas perguntando do que a pessoa morreu, se foi COVID e a pessoa curiosa nem pergunta como a pessoa se sente, não fala nem uma frase daquelas prontas de luto. Algumas pessoas são incapazes sequer de fingir que se importa. Diga que sente muito, coloque-se a disposição para ouvir o que a pessoa tem a dizer e vai chegar uma hora que ela vai falar o

Começo o texto esclarecendo que não pontuarei a definição de ansiedade, muito menos de depressão. Escrevo para relatar uma experiência pela qual passei e que acho que, cabe muito bem na temática. Atendi uma cliente que me procurou por algumas questões e, quem me conhece profissionalmente, sabe que adoro usar analogias em meus atendimentos. Eles ficam mais didáticos e funcionais já que observo que, as histórias ficam impressas na memória dos meus clientes. Meu papel como psicóloga ás vezes é o de alguém que acende uma vela para que meus clientes possam enxergar com clareza o que eles perderam ao longo dos anos. Perguntei a cliente, se e a dirigia. Com a resposta positiva, perguntei o que faria se seu carro fosse atolado na lama. Ela disse que aceleraria aos poucos e devagar após passar a primeira marcha. - O que aconteceria se você acelerasse desesperadamente? - O carro iria atolar mais. Respondeu. - E o que você está fazendo? Contei a minha história de quando atolei o carro na lama. e

Janeiro Branco é um mês em que falamos sobre a importância da manutenção da saúde mental. Se bem que em 2020, com a pandemia COVID 19 a saúde mental foi um dos temas mais falados. Tivemos que mudar alguns simples hábitos como o de usar álcool em gel, uso de máscaras dentre outras medidas de prevenção. Vejo como importante tratarmos sobre este tema, fico feliz em saber do aumento do número de pessoas que buscou acompanhamento psicológico e continuam. Alguns começaram, trabalharam um tema pontual e saíram. O acompanhento psicológico tem deixado de ser tabú para muitos e isso é um bom motivo para comemorar. Acontece que, apesar da grande maioria dos colegas psicólogos defenderem a terapia como algo eterno, eu não defendo. A psicoterapia é uma ajuda, uma contribuição enorme, um presente que damos a nós mesmos, mas por exemplo, se estamos com o guarda-roupa lotado de roupas, para que /quem continuar consumindo? Assim é a terapia. Eu faço terapia, sei que tenho algumas questões a serem traba