Aceita um copo de café?


A vida é repleta de lições, mas a gente só recebe quando está disposta a receber.
Estava no ônibus a caminho do trabalho, quando o motorista parou na frente de uma mulher sorridente que tinha nas mãos, um saco de pão e um copo de café.


Assim que parou, o motorista logo disse:
- Obrigada, mas hoje tomei café em casa.
A primeiro pensamento costuma ser - Que mal agradecido! Ele poderia tomar o café e guardar o pão para comer depois. Fazer torrada, sei lá. A mulher se dedicou a esperá-lo e ele fez isso.
A este pensamento chamo de “agradador” que é o mais primitivo. Desde criança, aprendemos que precisamos ser bonzinhos para sermos queridos, aprovados pelos outros. Este pensamento se transforma em um padrão mental que tende a nos acompanhar durante toda a vida, trazendo grandes prejuízos, dentre eles a perda da nossa subjetividade.
Quantas vezes você ficou mal para deixar o outro bem?
Lembrei agora de uma situação. Na minha família quando chegava alguma visita para dormir, a gente era desalojado e tinha que deixar o melhor lugar, a nossa cama para elas. Isso é um exemplo de um padrão passado pela família.
Tanto é, que uma vez questionei uma pessoa quando ele disse que seus parentes dormiriam na sala. Ele me ensinou que o melhor lugar da casa era dos donos e não das visitas.
Voltando a história, o segundo pensamento foi: 
- Ele foi honesto e amoroso, com ela e com ele mesmo. Já vi algumas pessoas a pegarem algo que não queria e se livrar na primeira oportunidade.
A pergunta que deixo para a sua reflexão é:
- Quantos pães você está disposta a comer após saciada, só para deixar a outra pessoa feliz e confortável?
 
Ana Helena A Souza
Psicóloga
CRP 05/39678

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As 5 lições da garça

Evite o primeiro gole

Vítimas da Síndrome de Alienação Parental