Homenagem as cuidadoras

Quando meu filho nasceu, os parentes sumiram e o pai foi embora. Ele disse que não queria um filho com problemas. 
Quem queria?
Todos ofereceram apoio, mas a distância. 
Ninguém quer ver, nem se envolver.
Agora somos eu e ele (a)
Assim ficamos isolados à própria sorte.
Que sorte?

Se ele fica agressivo a culpa é minha. Afinal de contas, eu não soube criar.
Tenho que 'largar' tudo e dar conta.
Se agride alguém na escola, recebo uma ligação:
- Seu filho está agressivo. Vem buscá-lo.
Tenho  que mantê-lo  trancado em casa por uma semana.
Quando fica letárgico, aí sim, todos gostam. Dorme e não incomoda aos demais.
Mas e eu, como fico?
Com quem posso contar nas minhas dificuldades?
Se não existe treinamento para mães e muito menos quando o filho é 'especial'?
Dizem que uma mãe nasce com a criança, mas quando se trata de uma com necessidades especiais, a nós mães ou qualquer cuidadora é  cobrada uma experiência prévia de uma coisa que nunca vivemos.
As doenças chegam.
Um dia acordo com dor de cabeça, outro são as pernas que doem e no outro, desejo dormir e não mais acordar.
Mas não posso.
Com quem ficará o meu filho?
Quem terá paciência com ele?
Minha vida se resume a dele. Não tenho mais vida, não conheço os meus gostos e vivo a vida dele.
Isso te parece familiar?

Ana Helena A. de Souza
Psicóloga e Coaching de Mulheres Cuidadoras 
CRP 05/39678 

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