Descarte inconsciente

Caminhava em direção a um sacolão do bairro onde moro quando vi uma cena curiosa e a primeira vista até engraçada.
Observei uma jovem de uns 25 anos caminhando enquanto conversava com alguém no telefone celular. Logo após ela, vinha uma menina de aproximadamente 3 anos que apesar de suas perninhas curtas, andava  apressada com um papel dobrado na orelha fazendo de conta que falava ao celular.
Até que a criança enjoou da brincadeira, sei lá, mas ela jogou o seu "telefone" fora.
Eu que vinha logo atrás delas observando toda a cena, abaixei, peguei o papel, vi que o objeto descartado era uma carteirinha escolar de outra criança e entreguei a mulher.
- Você jogou a carteirinha de seu irmão fora, sua filha da ****
Surpresa com a reação dela, sorri e perguntei:
 - Ela é sua filha?
É. Respondeu sem tirar o telefone da orelha.
 Em um mundo cheio de distrações, qual é o tratamento que dispensamos as crianças?
 Ela não jogou a carteirinha do irmão fora de maldade, mas reproduziu o que talvez esteja vivenciando, um descarte inconsciente.
O perigo de tudo isso é que ninguém sabe quem virá após e encontrará o que foi descartado. Muito menos o destino que se dará.

Fico bastante triste e preocupada quando vejo a cena tão comum ultimamente: em transportes, praças, postos de saúde, etc uma mãe segurando seu bebê acordado enquanto fala com alguém no celular ou trocando mensagens no whatsapp. A criança se mexe no colo da mãe, estica suas mãozinhas em direção ao telefone como se pedisse atenção e ela ainda o repreende.
"Que mensagem está sendo passada para essas crianças?"
Não estou dizendo mães não podem usar o telefone quando estão com seus filhos, mas que as prioridades devem ser estabelecidas.

Cuidemos de nossas crianças enquanto há tempo!

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