Não é nada, é só cena

Quem me conhece, sabe que não costumo assistir TV, não tenho em casa e nem me faz falta. Assim como tudo na vida, ela não é boa e nem ruim. Depende do uso que fazemos dela.
Pois bem, estava bem quietinha em casa, quando recebo a mesma mensagem várias vezes no Whatsapp. No vídeo, um homem subiu na mureta da Ponte Presidente Costa e Silva ( Ponte S/A ou a Ponte Rio Niterói como é mais conhecida) e se jogou enquanto outro homem parece tentar impedí-lo de fazer tal coisa. Toda a cena fora gravada por uma pessoa que passava na hora em um transporte público (van ou similar).


Infelizmente quem trabalha na Ponte sabe que essa é uma ocorrência mais frequente do que muitos imaginam. Muita gente já tentou se jogar da Ponte e muitos conseguiram, mas essa notícia não costuma ser veiculada.
Mas o que me deixa chateada são esses "repórteres da desgraça alheia", pessoas que não tem noção do que estão fazendo. De quem é a culpa?
Não existem culpados, mas será que alguém teria a coragem de enviar para todos os grupos do whatsapp uma imagem de seu familiar cometendo suicídio?
É desnecessário enviar mensagens: de pessoas sendo agredidas, de pornografia infantil, pessoas cometendo o suicídio, violência contra animais entre outras barbaridades que recebemos todos os dias como se fosse algo normal. 
Não é normal
Como profissional de saúde mental, vejo o suicídio como um sinal do desespero humano. Pode perguntar a qualquer pessoa que tentou o suicídio se ela tinha a intenção de morrer, não tinha. A pessoa quer silenciar a dor, ás vezes as vozes que estão em sua cabeça a perturbando noite e dia.
Recentemente uma pessoa muito próxima pensou em se matar, preparou tudo, deixou cartas para o esposo pedindo ajuda. Ele me disse que quando leu a carta, pensou que fosse "coisa da cabeça dela, chantagem". Quando leu a segunda carta, viu que era sério, pediu ajuda e conseguiu ajudar a sua esposa.
Essa história tinha tudo para ter um final trágico, mas na hora em que ela precisou, a família deixou o seu preconceito de lado e a levou ao médico. Hoje ela está bem, seguindo a orientação médica e me disse que está se sentindo muito bem.
Ao menor sinal de depressão ou qualquer desordem mental em algum conhecido, ajude. Se é você que precisa, peça ajuda. Os amigos / e ou família não levam a sério a sua situação, procure postos de saúde, hospitais, psicólogo e por que não psiquiatra? Só não vale ficar sozinho (a) neste mundo tão populoso com tanta gente pronta para ajudar. 
Saúde mental é coisa séria.
Suicídio não é cena!

Ana Helena A. de Souza
Psicóloga e Coach
CRP 05/39678
Pós graduada em Terapia Cognitivo Comportamental.
Tel. (21) 9 8540-3378 Whatsapp
        (22) 9 9917-3281
Instagram: ahelena_psicoach

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