Não é nada, é só cena II


Fui a casa da personagem da história anterior. Conversávamos sobre trivialidades e decidi ler a história para ela. 

Quando terminei, ela me disse que o pastor falou sobre a notícia do rapaz.
- O que ele disse? Perguntei curiosa.
- Ah, ele disse que é falta de Deus. 
- Mas o que você acha disso? Questionei.
- A minha vontade era se levantar e falar. Eu ia para a igreja quase todos os dias e isso não impediu que eu tivesse a crise.
Fiquei orgulhosa em saber que tenho participado deste processo de conscientização da doença mental.
Ela disse que antes, achava que o problema era dela (falta de fé), pois ouviu isso de muita gente. Mas um dia em que reparou uma senhora que em todos os cultos, levava os remédios (de tarja preta) para serem consagrados, ficou mais tranquila.
Continuou: - Falei com a psiquiatra essa história. Ela  disse que é cristã, mas não deixa de tomar os remédios quando precisa.
É lamentável que alguns pastores usam sua posição de autoridade para oprimir suas "ovelhas" prestando um desserviço à comunidade ao invés de conscientizar da importância do cuidado com a saúde integral. Demonizam os tratamentos médicos, como se pessoas que frequentam igrejas não adoecessem. 
Tenho visto pastores e esposas sendo deixados de lado e até morrendo por falta de tratamento. Se mostrar doente não é bom para sua imagem diante dos membros da igreja.
Bom seria se alguns pastores, que são a minoria radical, seguissem o exemplo de seus colegas e usassem o púlpito sim para apregoar o amor e o cuidado com o corpo recebido antes do nascimento.

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