Mexendo no celular pela manhã, vi em meus arquivos uma cena que me emocionou. Era a foto de 2 bebês de 1 ano brincando juntos na creche em um brinquedo chamado "minhocão".
Que figuras doces e meigas. Que cena linda! Pensei.
Nascemos como eles, inocentes, sem o "espírito de competição". Eles simplesmente dividem o mesmo brinquedo sem reclamar.
Lembro-me o dia em que fiz essa foto. Fiquei apreensiva na hora em que a garotinha deitou, pensei que ela fosse levar uma mordida, mas não. Como um cavalheiro, ele esperou o tempo dela.
Nos transformamos em adultos e nos entregamos ao que o Arly Cravo chama de "estado de praga biológica" onde um se acha melhor que o outro. Competimos como se isso fosse um comportamento normal e sadio, mas não é.
Como mulher então, me envergonho desse comportamento que temos. O que significa quando usamos com nossas amigas, expressões como: arrasou, lacrou, arrebentou?
Arrasou com quem?
Até quando nos manteremos nessa posição de oposição?
Não acho que temos de nos unir contra os homens. Afinal de contas, para que tanta disputa? Somos diferentes sim, e daí?
Essa competição é sinal de desrespeito consigo mesmo. Achamos que temos de ser como o modelo tal, mas isso é insano.
Me pergunto: Será que o competidor se conhece de verdade? Será que já se deu conta de que é único?
As crianças também não têm disputas entre os sexos, brincam com todos e quando chega uma criança "nova no pedaço" elas incluem na brincadeira sem se importar com o sexo, a cor/etnia, quem são seus pais, o que fazem etc. Nós enquanto adultos que ensinamos a elas errado.
Nos esportes, a competição é profissional, mas na vida pessoal, muitos atletas são amigos e entendem que o fato de perderem uma competição não faz deles inferiores aos vencedores. Além do que, só existem 3 lugares no pódio. Enquanto isso, do lado de fora dos estádios, os torcedores brigam entre si como se defendesse a sua vida.
Para o bem da nossa saúde mental é bem melhor que sejamos nós mesmos.
"Sendo eu, me livro da concorrência pois é impossível competir com algo ou alguém exclusivo".
Ana Helena A. de Souza
Psicóloga e Coach
CRP 05/39678
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